Emprego do Concreto Auto Adensável Pré-fabricado - Ensaios de desenvolvimento

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2. Estudos para aplicação do CAA na planta de produção

2.1 Ensaios de desenvolvimento

A literatura aborda diferentes métodos de dosagem que podem ser empregados para confecção do CAA. Gomes e Barros (2009) apresentam diversas metodologias aplicadas ao CAA, descrevendo métodos internacionais e nacionais.

Dois processos para o desenvolvimento do CAA conhecidos e propagados nas indústrias de concreto pré-fabricado são os propostos por Tutikian (2004) e Alencar & Helene (2008), processos esses que partem de estudos baseados na mistura final do concreto, eliminando ensaios em etapas de pasta e argamassa. Tais metodologias tornam-se favoráveis ao desenvolvimento do CAA em laboratórios das fábricas de concreto.

A ABNT NBR 15823 (2010) especifica ensaios para caracterização do CAA, associados à fluidez, viscosidade plástica aparente, habilidade passante e resistência à segregação. Esta norma também classifica e recomenda em seu anexo informativo a aplicação deste concreto para diferentes situações. Tais critérios são indicados nas Tabelas 1 e 2.

Em termos de espalhamento, a indústria de concreto pré-fabricado adota a classificação SF2, por adequar-se à grande maioria dos casos onde o CAA é aplicado, sendo menos usual o uso da classe SF3, por apresentar elevado espalhamento e utilizar agregado graúdo de menor dimensão, implicando um alto volume de argamassa e, custos mais elevados (ALENCAR & HELENE, 2008).

Tabela 2 – Propriedades do concreto frente a sua aplicação

Outro aspecto importante refere-se ao tempo de manutenção de trabalhabilidade do CAA, pois afeta o lançamento, acabamento do concreto e nível de porosidade na superfície acabada. Neste contexto, o estudo de aditivos de base policarboxilatos que permitam a manutenção da trabalhabilidade do concreto é essencial na fase de testes em laboratório.

Além disso, a temperatura ambiente pode influenciar na perda da manutenção da trabalhabilidade do CAA em períodos mais quentes e ocasionar o retardo da resistência à compressão nas idades iniciais em períodos mais frios. Nesses casos, usualmente são empregados aditivos distintos para cada situação, de maneira a garantir o ciclo de produção da fábrica.

O uso de adições minerais (como sílica ativa e metacaulim) é comum na composição de traços de CAA, pois permitem o aumento de finos na mistura, favorecendo a melhora da coesão e viscosidade e a redução da exsudação e segregação (DAL MOLIM, 2011). Estudos de dosagem devem ser realizados para definição dos teores destas adições no concreto.

Em termos de propriedades físicas no estado endurecido, a resistência característica à compressão do CAA aplicado à indústria de concreto pré-fabricado abrange usualmente valores iguais ou superiores a 40MPa, fator associado ao nível de solicitação de esforços das estruturas e à necessidade de saque das peças nas primeiras idades.

A determinação do módulo de elasticidade para o CAA é fundamental, pois o volume de argamassa desse tipo de concreto é mais elevado em relação ao CCV, podendo ocasionar a diminuição deste parâmetro físico e consequente aumento de contra-flechas em vigas protendidas e flechas em peças armadas. Nas fases de desenvolvimento ou mudança de traços de CAA, é fundamental a realização do ensaio de módulo, especificado na ABNT NBR 8522 (2008).